Qual o Seu Cristo?
Litemberg Irias de Souza *
Existem muitos tipos de "cristos".
De pedra de mármore, madeira, metal...
Há "cristos" até de lixo reciclado.
Existem "cristos" para todos os gostos,
orçamentos, desejos e vontade de consumo.
Há o cristo da filosofia, distante do pensamento comum.
É um cristo para ser comparado entre o texto e o contexto.
É o cristo da razão do crítico, do melhor pensador.
Há o cristo do crucifixo, é o cristo para oratório, parede,
para o colo da mocinha ou o peito cabeludo do rapaz excêntrico.
É mero ornamento ou simples decoração.
Muitos lhe prestam culto, mas ele não vê, não fala, não entende.
Há o cristo dos teólogos, difícil de se entender, complicado.
É o cristo para eruditos, cultos, privilegiados.
É só para ser discutido, dissecado, analisado e aceito intelectualmente.
Não modifica, não transforma, não regenera, não muda.
É o cristo para aristocracia é um cristo de elite
Há o cristo dos “religiosos”, inacessível ao adorador, distante, inalcançável.
Está no céu impassível; é um cristo que não padeceu pelos seus,
que espera o sacrifício de cada um daqueles que o buscam para completar a salvação.
É o cristo dos auto-suficientes na fé, que dependem da religião, da Igreja e de si.
Há o cristo das lindas pinturas, um cristo europeu loiro, alto, dos olhos azuis.
É um cristo para se ver, admirar, lembrar do autor, suas cores, pinceladas, sua capacidade de criar.
É um cristo frívolo, frio e sem humanidade; não interage com aqueles que o apreciam.
Há o cristo histórico, desprovido de sentimento religioso.
É um cristo relativo, que tão logo viramos a página do livro o esquecemos.
É um cristo que povoa os pensamentos dos românticos, dos acadêmicos.
É o cristo das utopias, é um cristo cético, distante, incapaz de amar.
Há o cristo dos negócios, lembrado para abençoar o mendicante.
É um cristo mensurável, limitado ao tamanho do bolso e da fé.
É um cristo de consumo, que tão logo cheque o benefício, será esquecido.
É um cristo efêmero, que se desmancha como um castelo de areia ao sabor da maré.
É um cristo incapaz de causar mudança de vida.
Há o cristo da mídia, fabricado todo dia mediante o interesse de seu propagador.
É um cristo sem personalidade, sem caráter e sem limites.
Não chama à responsabilidade, não choca interesses, não conflita a razão.
É o cristo da emoção, da propaganda; é um cristo para vender, elevar o IBOPE, promover aqueles que o blasonam; é o garoto bonzinho da propaganda.. .
Há também o cristo de certos cristãos que ainda o tem no túmulo.
É o cristo crucificado, morto e sepultado e ainda conservado na tumba dura e fria.
É um cristo que não vive, pois seus adoradores ainda estão mortos.
Não despertara para uma vida nova, a vida do próprio Cristo,
da qual lamentavelmente ainda não se apossaram...
O meu Cristo não é nenhum desses!
O meu Cristo é o Filho de Deus Pai, que foi encarnado, viveu, sofreu, foi condenado, morto e sepultado por causa de meus pecados.
O meu Cristo não ficou na sepultura fria,
Ele ressuscitou, subiu ao céu e hoje reina à direita do Pai.
O meu Cristo é respeitado, admirado, cultuado, adorado, porque está vivo, bem vivo.
O meu Cristo vive nas Palavras que falou.
O meu Cristo vive nos ensinos que deixou.
O meu Cristo vive nos atos que praticou.
O meu Cristo vive na obra que deixou.
O meu Cristo vive nas almas que salvou.
O meu Cristo vive, eu sei bem disso e não tenho nenhuma duvida disso!
O meu Cristo vive em mim! Aleluia!!!
* Litemberg Irias de Souza é técnico eletricista e acadêmico de Direito. O presente texto foi escrito na noite de 20 de fevereiro de 2006, depois de ouvir uma exposição sobre Mt-16.18 na COBAM, Comunidade Batista Monte Moriá, onde o mesmo serve ao Senhor como Obreiro, Professor e Vice-Superintendent e da Escola Bíblica Dominical, juntamente com sua esposa e seu filho.