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Creio em Deus Creio no Deus que não se deixa aprisionar pela religião, ou alguma igreja, mesmo quando ela afirma que Deus é seu símbolo maior; quando ela batiza, celebra a eucaristia, faz casamentos, promove profissões de fé, ensina sistematicamente - doutrinas inconfundíveis -, em relação às outras formas de crer. Creio no Deus que pousa como um pássaro livre no coração de todos os homens e mulheres, e que, principalmente, encanta as crianças, como os meninos e as meninas nordestinas que o chamam de “Paínho”, enquanto pensam na ternura da “maínha” que Ele transporta. Deus que se oferece gratuitamente a bons e maus, dos que se acreditam - salvos para sempre -, e dos que, sem saber de quê são salvos, porque são salvos, para quê são salvos, que não perguntam sobre a fé eclesiástica e doutrinária, abrem o coração e recebem o Salvador. Creio no Deus dos miseráveis pecadores que se acreditam perdidos e impotentes diante dos pecados do mundo, de todos, dos bem-postos, dos explorados, dos dominados pelos pensamentos entregues à fatalidade e à irreversibilidade do mal. Deus dos indiferentes, dos que não se decidem, que protelam, que adiam o que fazer da vida; dos que se mantém em luz-e-sombra, no meio-termo, quanto aos abismos misteriosos onde se esconde a morte, nas sombras da alienação. Creio no Deus mergulhado no mais recôndito lugar, no interior de nossa humanidade, evocando o que não é consciente, individual e coletivamente, à luz de atavismos e heranças ancestrais que agora se apresentam irrevogavelmente nas verdadeiras dimensões do que somos, e nos expõe como um grão de poeira à clareza do sol do meio-dia. Creio no Deus que vem aos homens e às mulheres, que nos atrai, nos abraça, nos une nas causas da liberdade e dos direitos de todos os viventes. Creio que qualquer pessoa que leia um jornal, e veja a televisão, por menos sensibilidade que tenha, sentirá angústia diante do panorama desenhado com os horrores que estão sobre nós; com os temores que nos tomam quando temos conhecimento de guerra nas favelas, terrorismo, violência doméstica, abandono da criança, crime organizado, fome no mundo, narcotráfico; enquanto observamos pobreza e injustiça em níveis que extravasam a compreensão; enquanto parecem querer nos tornar pedra dura, no pior dos pessimismos, impermeáveis e céticos sobre o amor. Creio que precisamos de Deus. Creio que o verdadeiro amor é Deus. E, como diz muito bem diz Rumi, quanto à nossa sede de amor, que “não é o sedento que busca a água, é a água que busca o sedento. Basta manifestar sede e a água jorra”, Deus é o Amor que brota em todo lugar e nos procura insistentemente. Creio, como Frei Betto, “em theofanias permanentes e no espelho da alma que me faz ver um Outro”, totalmente, que não sou eu, nem se parece comigo. Que disse, ainda: “Creio no Deus que, como o calor do sol, sinto na pele, sem no entanto conseguir fitar ou agarrar o Astro que me aquece”. Creio como o apóstolo (Paulo), que Deus está em tudo, e em todos. Creio no Deus que se aninha no ventre da mendiga grávida, morta a tiros numa madrugada, resultado dos desmandos do mundo. Deus que extrapola a nossa fé, discorda de juízos sobre assassinatos acidentais, e ri das pretensões humanas de conhecer e manipular a verdade e a justiça; Deus que vomita com os maus odores de nossos sermões moralistas, ou salvacionistas, que tornam a salvação do homem e da mulher uma abstração desprezível, mas que se diverte com os vôos rasantes dos urubus em busca de carne podre, enquanto escondemos os nossos pecados religiosos e eclesiásticos. Creio no Deus que é um Vento que vira Vendaval, Vento bravo, Espírito que se anuncia como um grito de vida na terra dos mortos; Vento que não vai se acalmar, enquanto insistirmos em destruir a vida na terra; no Deus que é como correnteza de águas que brotam dos mananciais subterrâneos, Água da Vida. Água que simboliza a presença amorosa, no cuidado com a terra e com a água, que é manifestação da fonte divina do grande Amor pela criatura e o mundo criado; Água como Jesus ensina, na relação intima com a vida, abrindo o caminho humano para a busca do divino, e nos põe em comunhão com todas as coisas e com todos os seres do universo. Água que é relacionada com o que há de mais sagrado: a vida, o universo, no profundo mundo interior de cada um de nós. Creio no Deus que existe no começo de uma nova pulsão, de um grito de angústia, na reforma no ser humano. Deus que existe no começo de uma nova utopia, de um sonho novo, uma esperança, um devaneio libertário. Creio no Deus que nos diz, como Jesus disse a Nicodemos: “é preciso desmontar a doutrina vigente, racionalizada, parafuso por parafuso, e construir tudo de outra maneira, nascer de novo”; creio que, para compreender o Deus desafiador, imprevisível, irônico quanto ao saber humano, doutrinário, enquanto se “acha” que se pode definir o princípio e o fim da história; creio que, para entender esse Deus, é preciso desaprender o que nos ensinam sobre Ele nos catecismos ditos cristãos, rasgar os projetos humanos de dominação, em Seu nome, chutar as latas do lixo doutrinário que quer engaiola-lo, ou fazer-nos dependentes de restos conservados em formol, e debruçar-nos de novo sobre seus projetos libertários, de transformação do homem e da mulher, como ensinou Jesus. Creio que é preciso ouvir o que disse Jesus sobre um futuro possível, com Deus, e dizer a plenos pulmões: CREIO NO REINADO DE DEUS! Rev. Derval Dasilio Pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil – IPU Blog: www.derv.wordpress.co :::::::::::::::::::::::::******::::::::::::::::::::::::: |