Manipulação e Controle

A definição para a palavra manipulação no dicionário Webster é: manobrar ou influenciar de forma astuta ou errônea; controlar ou conduzir de forma hábil para um proveito pessoal.
Controlar alguém é pecado. Esse é um tipo de feitiçaria! Não estou dizendo que se você controla alguém é um feiticeiro ou está possesso. Mas o controle é um princípio da feitiçaria. Satanás opera por meio da manipulação e do controle.
Deus quer orientá-lo e guiá-lo. Ele o controlará somente se você continuamente lhe der permissão para fazê-lo. Cada vez que Deus me diz "Joyce, quero que você faça isso", digo: "Senhor, concordo. O que o Senhor quiser, Deus, é isso que quero. Entrego ao Senhor essa área. Quero se o Senhor o quiser". Mas Deus nunca o forçará a fazer algo sem que você lhe dê seu consentimento.
De outro lado, o diabo não se importa com a forma como controlará sua vida. Tudo o que ele quer é encontrar uma maneira. Ele controlará você por meio dos poderes demoníacos que vêm contra sua mente. Ele o fará por meio de outras pessoas, talvez mesmo daqueles que o amam e nem mesmo percebem que estão sendo usados. Mas, porque você não lhes resiste, simplesmente continuam a controlá-lo! A pessoa que exerce controle simplesmente pensa que, como não há resistência de sua parte, você deseja que as coisas continuem assim!
Se você deixar um relacionamento assim seguir por muito tempo, a pessoa que exerce controle se acostumará fazê-lo. Porque o relacionamento foi construído dessa forma, quando você decide sair disso, haverá guerra! Você estabeleceu algo do qual o controlador não quer abrir mão, por isso terá de permanecer firme. Se você esteve sob a escravidão do controle de alguém por longo tempo e agora quer ganhar sua liberdade, é melhor estar pronto para resistir, porque o diabo terá uma crise!
Observe a definição de controle: significa dirigir, in­fluenciar, restringir, regular, refrear, exercer autoridade ou tentar impedir. Também significa fiscalizar com duplo registro. Quando leio isso, percebo algo surpreendente! Checar com duplo registro significa que haverá dois controles paralelos!
Por exemplo, estou indo às compras com uma amiga e lhe digo: "Bem, vou comprar algumas coisas hoje e quero controlar o meu dinheiro. Assim, vou anotar tudo o que gastar e quero que você faça uma lista paralela. Então compararemos nossos registros no final das compras para nos certificarmos de que fiz uma anotação correta dos meus gastos". Minha amiga estaria mantendo um registro paralelo. Se eu conferisse no final das compras para verificar se ela também registrara certo valor e ela não o tivesse feito, ou se ela tivesse anotado algo que não anotei, eu saberia que algo estava errado.
Uma das minhas filhas freqüentemente viaja com Dave e comigo quando ministramos, por isso ela está comigo várias vezes quando faço compras. Pelo fato de vestir o mesmo tamanho de roupas que eu, ela ganha muitas das minhas roupas. Assim, ela tem uma opinião muito firme sobre aquilo que compro.
Algumas vezes, quando estamos fazendo compras e tento comprar algo e peço a opinião dela, ela diz: "Oh, não! Você não vai comprar isso, mãe"! Anteriormente, eu colocaria o cabide de volta na prateleira e procuraria outra coisa. Então, eu lhe mostraria a roupa seguinte e ela diria: "Oh, não! Não gosto disso"! E, novamente, eu colocaria o cabide de volta no lugar.
Mas quando comecei a ensinar essa mensagem sobre rejeição, Deus me mostrou o que realmente estava acontecendo. Por causa da forma como fui criada, sendo abusada por meu pai que tinha uma personalidade forte, dominadora, controladora e manipuladora, naturalmente eu tinha uma forte raiz de rejeição em minha vida. Se meu pai quisesse comer frango, todos comeriam frango. Se meu pai não quisesse comer legumes, ninguém comeria legumes. Ele controlava tudo o que acontecia na casa. Ele era o tipo de pessoa que se irava e explodia com freqüência. Assim, gastei a maior parte da minha vida apenas tentando mantê-lo "feliz", evitando enfrentar o medo, a rejeição e o descontentamento.
Acabamos por viver nossa vida dessa forma sem mesmo perceber o que estamos fazendo. E não precisa de o diabo nos controlar totalmente porque ele pode facilmente usar outra pessoa para fazê-lo por ele, uma pessoa que nem mesmo tem qualquer mau intento na mente. Minha filha não estava tentando me controlar, ela estava dando sua opinião. Eu estava deixando a opinião dela me controlar por causa da raiz de rejeição.
Haverá momentos em que o diabo tentará controlar você por intermédio de uma pessoa realmente controladora, o que é outro problema. Não direi que o diabo não criará situações para colocar essas pessoas em sua vida, porque ele certamente o fará!
Muitas vezes, aqueles que têm um terrível medo de rejeição se casam com alguém com uma vontade forte.
Creio que Deus os coloca juntos. Sabe por quê? Porque você nunca vencerá o medo do homem se não for forçado a confrontá-lo e a enfrentá-lo. Se você sempre procurar por alguém que não o rejeite e sempre disser "Não me faça isso! Não me faça sofrer", você realmente estará dizendo: "Não quero confrontar o problema. Não quero lidar mais com isso, apenas estarei junto de pessoas mansas, doces, ternas, amorosas, que nunca me darão problemas"! Mas isso não funcionará! Cedo ou tarde, para vencer o medo, você terá de resistir a alguém. Talvez seja um chefe, um amigo, um cônjuge ou um filho. Muitas pessoas que têm uma raiz de rejeição têm filhos com vontade determinada! E, a menos que ela lide com seus próprios medos, seus filhos a controlarão!
Eu tinha um medo terrível de desagradar aos outros e fazer as pessoas ficarem iradas, por isso sempre tentava manter todos "satisfeitos". Eu simplesmente queria manter todos felizes. Não queria que alguém se desapontasse comigo. Eu tentava arduamente ser perfeita e viver minha vida de tal forma que ninguém encontrasse algo errado em mim, pois, assim, não me rejeitariam; eu não queria experimentar essa dor.
Receber esse ensino de Deus realmente abriu meus olhos. Quando percebi a verdade, comecei a levar esse co­nhecimento em minhas compras com minha filha. Percebi que ela realmente não se importava com o que eu comprava. Ela é uma filha muito boa e submissa, e tudo que eu deveria fazer era dizer-lhe: "Bem, gostei, por isso vou comprá-lo"! E ela teria dito: "Está bem"! E tudo terminaria assim. Ela estava dando a opinião dela, mas o próprio medo de não agradar às pessoas me levava a ser conduzida pela opinião delas, em vez de pelo meu próprio desejo.
Outro lado dessa questão é que algumas vezes, quando faço compras com ela, tenho dúvidas se algo ficou bem em mim. Assim, pergunto: "O que você acha"? Algumas vezes ela diz: "Não, realmente não gosto". Isso serve como uma confirmação de que eu realmente não devo comprar aquilo. Portanto, há necessidade de equilíbrio. Você não deve ficar irado com isso e começar a dizer a todos ao seu redor: "Não tente me dizer o que devo fazer! Vou fazer o que quiser, e isso não é de sua conta"!

A Raiz da Rejeição - Joyce Meyer